22. Apontamentos para memória futura
no mar morto das mãos da metamorfose
mora um peixe prateado e preto
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no mar morto das mãos da metamorfose
mora um peixe prateado e preto
a infância das flores sorri para a relva
o infinito chora compulsivamente nas suas mãos
e o mar espraia em silêncio nos braços de uma quadra
a memória
das sombras
é um silêncio enorme
sobre a imagem
das ondas
tens um pássaro
a voar-te dentro dos olhos
e um lince nas veias
ainda recordo bem o nó que me ensinaste.
o erotismo de minha casa
está na relva
e nas montanhas
o rápido infinito
teima
em não passar
nas mãos de uma pedra
repousam os anéis de vidro
e as sombras de sabão
estou dobrado como ervas à beira lago
insectos desfocados saltitam em silêncio
na superfície da água
o infinito mora-te nas mãos
sem que a tua língua o saiba
tens muito calcário nos dedos
como as serras e montanhas
os teus lábios de orquídea
enchem-me o dormir de perfume