19
Abr16
diário
espero o silêncio ardente dos pássaros
para poder nele ver a solidão das estrelas
e a cruel navegação da saudade no corpo
a imobilidade do branco e do cimento
faz pesado o infinito e atenua memórias
sem que a eternidade as condense
a impaciência desfaz a poesia durante o silêncio
e apaga a perfeição escaldante dos moinhos de fogo
nas avenidas de sangue que os orgasmos desenham
com canetas de carnal desejo
anéis de versos e vozes sangrentas estrangulam
o único despertar permitido ao palpável
esfaqueiam a liberdade da criação
e os mapas de amor das letras