25
Mar16
diário
apesar de tudo a solidão já não é nova
já vem do tempo em que eu chorava
e os fantasmas verdes voavam no meu corpo
só que antes eu fugia e escondia-me atrás das paredes
e hoje já não há paredes
suficientemente altas para ocultar o meu cansaço
o infinito e algumas fontes
nesse tempo
salvaram o meu sangue
de afogar o meu peito
sobraram-me os dedos
e o reflexo que fazem
nas árvores transformadas em branco
para gritar calor e fogo