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a milimétrica mão da penumbra é igual ao reflexo de amor que veste os espelhos na tua pele. a leveza das nuvens enfeita de luz o caminhar do ouro.
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a milimétrica mão da penumbra é igual ao reflexo de amor que veste os espelhos na tua pele. a leveza das nuvens enfeita de luz o caminhar do ouro.
as fogueiras sabem voar
basta dar-lhes infinito, sombra ou sile^ncio
no poema que são os teus braços despidos
há palavras de pele e calor de fogueiras
estrelas cadentes e versos desmedidos
o silêncio das sombras
penetra os espelhos de sangue
pendurados nas paredes da lua
as noites são demasiado curtas
para nelas desenhar tudo que sinto
é por isso que uso a memória do corpo.
o obsceno voo das aves que de manhã
insistem em vir comer às tuas mãos
relembra-me todos os dias o quão curta é a noite
e que há palavras que nela só cabem depois de morrerem.
a poesia bate nas praias, sem amor nem medo,
faz eco do silêncio nas vozes mais mudas,
a imortalidade do infinito
nasce em cada sombra
e na luz das pessoas
mas a mim apoquenta mais
os lábios secos
e os sapinhos na língua
o silêncio das sombras
agita-se no sangue da noite
e a imobilidade do branco
repete-se na pele das casas
como animais transparentes
não ter emoções (nem sonhos) é o segredo.
por vezes, aquele pequeno pássaro preto, voa invisível e poisa incandescente na sebe que rodeia os sonhos com sabor a branco. depois, dá-lhe o vento e ele foge.