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vinho tinto

vinho tinto

12
Abr16

avc-r

– Pareces triste. Queres contar-me a tua história?

Em pouco mais de uma fração de segundo, a melodia contida naquela voz, encheu-me a alma e repetiu-se infinitamente na minha mente. Como flechas embebidas da sensibilidade apenas digna dos anjos, aquelas palavras rasgaram o sofrimento terreno que me atormentava e impregnaram de carinho e compreensão todo o meu ser.

 

ternura

 

10
Abr16

avc-r

Um a um, como as ondas, os pontos de referência que eu havia guardado foram explodindo nos meus olhos.

Uma velha igreja, que praticamente só a memória mantinha de pé, recordou-me a minha passagem pelos escuteiros e fez-me pensar na importância que isso teve na minha vida.   

igreja

 

09
Abr16

avc-r

Eu queria fugir a isto, mas é inevitável. Cheguei a Paços durante a tarde e, de imediato, fui dormir porque “já era tarde” e num instante, ainda antes de me deitar, se fez noite. Devo ter sonhado, claro.

No dia seguinte jantei com toda a família e anunciei que precisava de estar no Porto na segunda-feira por volta das onze. De imediato, um primo disponibilizou-se para me levar e disse que me vinha buscar cerca das 8 h 30 min. 

sonhos

 

09
Abr16

avc-r

Vou voltar um pouco atrás. Contar o que tem sido a minha vida sem a Margarida. É possível resumi-la em uma só palavra: complicada. Para além dos, óbvios, tormentos sentimentais que foram provocados pela sua morte, também o lado prático da minha vida foi tremendamente afetado – e isto não é ser egoísta: é simples constatação. Por exemplo: era ela que tratava de agendar e coordenar as minhas terapias. A maioria das pessoas não se lembra de coisas que para elas são muito simples, mas que para mim são muito complicadas. Comer, por exemplo. Imaginem que só mexem uma mão – e mal – como fariam para comer? Claro que nisto posso sempre contar com a minha mãe, mas é só um exemplo.

 

mãe

 

08
Abr16

avc-r

A Dalila empurrou a cadeira até uma porta fechada. Parou, abriu a porta e acendeu as luzes. Deparei-me com um quarto como que arrumado e embelezado de propósito para ser fotografado para uma qualquer revista especializada. Modernidade a imperar, mas

 

cadeira de rodas

 

08
Abr16

diário

 

 

há dias vi no facebook (através da sylvya agarus) uma imagem que, livremente traduzida, dizia que só precisamos de uma pessoa na nossa vida para a mudar por completo: nós. já não me lembro do autor. esta frase fez-me lembrar uma outra, acho que do atual Dalai Lama, que diz para sermos nós a mudança que queremos ver no mundo. independentemente dos autores, o sentido de ambas é bem verdadeiro: todas as grandes mudanças devem começar dentro de nós (as grandes – não é mudar de secretária no trabalho: essa pode começar pelo nosso chefe). quando há algo a mudar, seja no mundo seja em nós, não podemos esperar que sejam os outros a fazê-la. primeiro porque ninguém a faz por nós e em segundo porque ninguém a faz por nós. e enganam-se se acham que nada podem fazer, por exemplo, no conflito que opõe judeus a muçulmanos. se ensinarem uma criança judaica a amar uma criança muçulmana já terão mudado algo. parece-vos impossível? a indiferença é que, de certeza, não muda nada.

Motivar-so-nao-basta-e-preciso-mudar-as-atitudes

 

08
Abr16

avc-r

Apesar de já não ir ao Porto há muitos anos tudo me parecia familiar - em especial as cores e os cheiros, mas também os raros raios de Sol que escapavam ao topo dos prédios e aqueciam o alcatrão. Não estranhei. Lembro coisas bem mais improváveis. Por exemplo

porto

 

07
Abr16

Viver com a solidão

Nunca nos poderemos sentir sós se dominarmos a arte de sermos felizes com a nossa companhia. Eu, desde que me conheço, que, no mínimo, me tenho a mim como companhia. Não tem corrido mal. Modéstia de parte: tenho sido uma excelente companhia para mim. Faço-me rir; converso; oiço-me; simpatizo comigo. Ninguém faria por mim o que eu faço.
Estar só connosco não é obrigatoriamente mau. Se pensarmos bem, a solidão é a forma que o universo tem de nos ensinar o caminho para dentro de nós. É possível estar só e conseguir quase tudo, parece-me que só a moral não se adquire em solidão. Claro que há os livros, mas de pouco valem se os ensinamentos que nos dão não puderem ser experimentados.
Claro que somos bichos sociais e que a companhia é indispensável, que as boas companhias até em silêncio o são, mas, normalmente, para ser boa companhia tem que se saber estar só.  A solidão ensina-nos a ser boa companhia.
A solidão, no entanto, tem outra face. Uma mais sangrenta. Mais cruel. Uma que não se inibe de ferir todas e todos que se atravessam na sua frente. Que faz as casas pequenas e fogo o ar que só respiramos para não morrer. A solidão que mais se mostra. Confesso que me falta o ar só de pensar nela. De pensar na forma como arranca pedaços ao corpo de todas as coisas. Essa, que nos quebra os ossos e nos junta a cabeça aos pés, persegue-nos com facas afiadas e silencia todos os sons. Uma solidão mais tirana que o mar quando engole um navio.
Falo daquela a que nos remetem os desejos que não satisfazemos e que ninguém ajuda a concretizar. Essa a que nos remetem os hábitos que nos deixam – sempre que não são bem substituídos. Não a que sentimos por estar só, mas a que sentimos por não estarmos com quem queremos. Essa é, normalmente, muito destrutiva.

solidao

 

07
Abr16

avc-r

A Isabel acabara de pôr em evidência uma das suas características que mais admiro: a ponderação. Confesso que sou totalmente doente pela mulher ponderada. A ponderação obriga a pensar o que, normalmente, é sinal de inteligência: pela qual, admito, sou obstinado. Não gosto de mulheres burras, embora não saiba muito bem o que é isso de ser burra. Pressente-se. Sente-se.

 

ponderação

 

06
Abr16

avc-r

“Pois, mas não tens direito a escolher caminhos onde atropelar os outros seja quase uma obrigação.” - Dir-me-ão. Talvez tenham razão. Tenho que pensar. Embora possa já afirmar que, na melhor hipótese, viajar é sofrer muito por um futuro que pode nem existir. Se não magoarmos ninguém, não há caminhos errados o que há são caminhos que ninguém quer fazer e eu não quero fazer viagens. Gosto dos destinos, mas não gosto dos caminhos. Isto pode bem ser um problema.

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