...
dou-te o orvalho
para que o uses no peito
e estrelas
para que te aqueçam as pernas
dou-te o vento
e o corpo
maresia
e mar
areia
dunas
e gemidos
árvores
florestas
e toques
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dou-te o orvalho
para que o uses no peito
e estrelas
para que te aqueçam as pernas
dou-te o vento
e o corpo
maresia
e mar
areia
dunas
e gemidos
árvores
florestas
e toques
Como não quero nem magoar nem atingir ninguém (não há pelo que) é melhor ter muito cuidado com estes novos desabafos. Ou, até mesmo, abandoná-los. Foi bom e rápido.
A minha vida tem sido a prova que os planos a longo prazo podem correr muito mal. Aos vinte eu estudava engenharia e imaginava-me a trabalhar toda a vida na área. Plano furado. Aos vinte eu namorava e fazia daquele namoro um projeto eterno. Plano furado. Com a idade que tenho delineava já ter filhos. Plano furado. Apenas três eventos furaram uma quantidade enorme de planos. A
sonho dos lírios
caminho das rosas
pauta das ondas
fogo da praia
laranja sobre o mar
branco sobre o céu
és silhueta transparente nos jardins do sangue
renovada esperança circular do corpo
lençóis sedentos da lua
geometria silente de noites que não acabam nunca
no teu sorriso noturno sobram palavras e versos
e ao teu corpo falta a sombra
dos teus olhos vejo cair a rigidez das consoantes e a serenidade das vogais
o vibrante rigor das letras bem colocadas
O mundo é um lugar estranho: quanto mais irreal for um cenário mais real parece.