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sinto falta
de uma árvore
quando os rios são sol
e a pele e o corpo ardem
se não tiver a sombra
fresca dos seus ramos
enche-me um sangue vazio
a copa fica por vezes demasiado longe
mas sempre o tronco deixa o meu corpo trepar
e ele perde-se no verde dos caminhos de água
desenhados no ar com a boca e com os lábios
nas manhãs que nascem nas gavetas
e em que o sol se esconde na terra
só sonhar com as serras e com a nudez de uma fonte
salva da morte o desejo
de despir uma canção
e eu sinto falta de me salvar
há dias que no meu quarto
amanhecem sem penumbra
em que o fogo impede as sombras
e os olhos do universo ou o toque de dedos de água
provocam sismos algures no meu corpo
publicado às 23:36
publicado às 20:40