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não entendo os peixes
ficam felizes só com o mar
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não entendo os peixes
ficam felizes só com o mar
só eu é que acho que há um certo erotismo no mudar de pneu?
a milimétrica mão da penumbra é igual ao reflexo de amor que veste os espelhos na tua pele. a leveza das nuvens enfeita de luz o caminhar do ouro.
nas margens de corpos sem sangue
os poemas organizam-se e crescem sem alma
a sua boca de madeira, cruel, beija os olhos do poeta,
cega a poesia e o que resta da prosa.
no azul dos corpos
o silêncio eleva-se
a mensageiro do infinito
e cresce junto aos versos
como penas de pássaros pequenos.
os troncos de silêncio
vomitam gritos vermelhos
nos cantos das quadras e estrofes
da pele encarnada dos aviões.
na sombra branca das quadras,
na penumbra lançada pelas estrofes,
o papel faz-se gelo e, sem nunca derreter,
caminha nas areias de um livro
como páginas antigas de um pinheiro.
as areias são apenas
um prenúncio de mar nas mãos
dos textos escritos pela lama
na carne dos imprópios.
as fogueiras sabem voar
basta dar-lhes infinito, sombra ou sile^ncio
no poema que são os teus braços despidos
há palavras de pele e calor de fogueiras
estrelas cadentes e versos desmedidos
é muito triste
o som que o sangue faz
quando destilamos emoções
com o corpo
No dia 6 do já ido dezembro publiquei um livro de poesia. Aqui fica a capa e o site que estou a fazer e lhe é dedicado...
http://insonia.binhoster.com/index.html
a sombra dos murmúrios
o silvo das montanhas
e o voar das aves
são as únicas coisas
que atenuam a dor
de ser apenas um grito silente
nas mãos quentes
de uma mulher
nas tempestades de corpos residem as teias e as cores, os lábios da noite abrem-se para receber essas lágrimas e a voz dos lagos grita doces, muito doces, anfíbios. as palavras aninham-se cruéis no colo de crianças cansadas e os velhos refugiam-se em letras de longos romances.