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vinho tinto

vinho tinto

01
Fev02

2002 - parte II

Súplica

 

Mar,

que sustentas nos teus ombros fraternos

os frios glaciares de Inverno,

que nutres de cor os jardins floridos

da Primavera, tua filha generosa,

que no Outono, de corpo quente e despido,

de alma aberta e fervorosa,

recebes as primeiras chuvas,

os primeiros cristais dourados,

partes ínfimas de ti

evaporadas no azul do Verão

pelo calor do Sol escaldante,

teu pai e guardião constante.

 

Mar,

fonte de aventuras e sonhos

que nos impões a tua vontade e sorte,

infinita imensidão de vida e morte

que alimentas profetas e poetas,

 

Mar,

afunda-me no teu saber escondido,

pois mergulho em ti e vislumbro somente

na tua espuma branca o sorriso querido

que me faz chorar nesta súplica demente.

 

Mar,

recebe o sal destas lágrimas que me agonizam

mas faz do meu corpo o teu destino preferido

e ensina-me os ventos quentes que banalizam

a difícil arte de sorrir por um amor perdido.


Primeiro Soneto a Catarina

       (e não quer dizer que hajam outros)

 

Ai que arrepio de prazer

que doi sem doer

quandas falas sem saber

ao meu mais íntimo querer.

 

Na mais clara imagem do meu ser,

talvez porque te leio sem te ver,

talvez porque te quero sem te ter,

arde o profundo desejo de te conhecer.

 

Doce Catarina, meu suave renascer,

com este soneto que te tento escrever,

espero teu, o já meu profundo arder.

 

Doce Catarina, meu suave amanhecer,

não quero adormecer, sem te dizer e prometer:

aconteça o que acontecer, jamais esquecer!

 

 

 


Recordar-te

 

Quando a presença já não existir, o Amor perdurará durante muito tempo.

E quando  também ele decidir que está na hora de partir, ficará a recordação.

Parte de mim estará perdida quando a presença partir,

outra parte partirá acompanhando o amor.

Jamais estarei completo e só a recordação aliviará a falta.

E a recordação será eterna.

Para além da vida, para além da existência.

 

 

 

 

 


Doce e bela onda no mar

 

Doce e bela onda no mar,

mesmo que por vezes te sintas perdida,

no teu ventre trazes vida –

 

resultado do verbo amar

–  doce maré de sentimentos,

 

trazes no peito um coração chamado amor

e por ele, depois do oceano imenso,

das tempestades, do frio e do calor,

espera-te agora a praia, onda querida,

para proteger e ser o novo lar

do anjo que nascerá nesse dia

em que o canto de mil sereias

não terá tanta harmonia

como o choro que tanto anseias.

 

Embora esteja ainda protegido

pelos reflexos da lua e do sol

que teimas em transportar,

por conhecer quem o vai amar,

já  conheço também o destino

dessa nova maresia,

desse novo coração que em ti respira.

 

Onda azul de água pura,

 

vejo a Primavera inclinada em agradecimento

por trazeres do mais profundo de ti

essa nova flor marítima para o seu jardim-sentimento.

 

Onda pura de som cristal,

 

vejo o Verão sorridente, em alegre coreografia,

a mergulhar na nova onda que agora nasce

e a orientar o seu caminho no amor e na alegria.

 

Onda sal de sabor doce,

 

vejo o Outono, o Inverno, as serras, os campos e o teu abrigo o mar

iluminados pelo brilho do novo sorriso que transportas

e que já hoje envergonha as estrelas por ser tão grande o seu brilhar.


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