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vinho tinto

vinho tinto

01
Jan02

2002 - parte I

Inspiração

 

 

      Negros olhos cintilantes

  que percorrem os meus,

       que exploram

   como flechas penetrantes

     caminhos que já são teus!

 

          Mãos que me guiam

  por selvas de sentidos,

     que me tocam, arrepiam,

 que revelam prazeres escondidos!

    

     ...és tu que me inspiras

  e, embora sem saberes, que me orientas.

 Enquanto sorris, enquanto respiras

      e sempre que a tua beleza ostentas

   estás a escrever mais um verso,

     estás a fazer-me sonhar e escrever,

 estás a deixar-me imerso

    em paixão, loucura e prazer...

 


Anita Princesa Mulher

 

Cruel é o sonho de quem sonha

na sensual nudez do teu peito,

se quando te sorrir a vergonha

tiver que acordar desse sonho perfeito.

 

Princesa Mulher, deixa-me sonhar!

Quero dormir e acordar em teu leito,

quero tocar-te e sentir-me voar,

quero-te feliz ou triste ou zangada,

quero rir, chorar, beijar-te e cantar,

quero olhar-te pela serena madrugada,

quero sentir o toque da tua mão

e abraçar teu corpo vestido de paixão.

 

Anita Princesa, Princesa Mulher,

deixa-me sonhar enquanto eu puder!

Não me chega a lua, nem o sol ardente,

nem todas as estrelas brilhantes,

preciso de ouvir a tua voz nitente

e de sentir os teus lábios vibrantes.

 

Anita Mulher, Bailarina do Amor,

dá-me o que tiveres mesmo que seja dor.

Abraça-me e beija-me e sonha comigo,

quero ser o teu amante e o teu abrigo.

Quero tudo que queiras também partilhar

só não quero que me deixes acordar.


Íntimo Furor

 

Íntimo furor

de prazer,

de sabor.

Incendeia-me sem ver,

usando o calor

do teu corpo em fogo e flor.

Incendeia-me de alegria

com a cor,

com o som da magia,

penetrante

como um tango,

como o ruído em teus lábios

que arrepia loucos e sábios.

 

Incendeia-me em aromas

com o perfume dos teus seios,

com as fantasias entreabertas

que me despertam

doces maresias,

desejo.

Sinto desejo

como quem sente

o beijo suave e quente

de tua boca encantada,

jardim vermelho,

devasso.

 

Incendeia-me em sentir

com a tua pele dourada,

vestida de pétalas

orvalhadas por diamantes

sonhados.

Incendeia-me em loucura

com a tua pele molhada,

despida num abraço

de chamas ardentes,

suada.

 

Incendeia-me com a música

dos teus gemidos sedentos,

com os movimentos

do teu corpo arqueado,

derrotado

por ondas de prazer

incessante.

Incendeia-me de Amor.

Incendeia-me Amor!

 
 
Silêncio

Fechem os olhos

Ouçam o que vos diz  o silêncio...

Ouvem-no segredar-vos?

 

“Pssst.... Hoje é o dia de renascer...

Lavem-me com os cristais salgados,

que aproveitam as vossas lágrimas,

para com a recordação, descerem ao Mar.

Quero com eles, chegar ao Mar e renascer.

O Sol erguer-me-á novamente,

subirei nas asas da Alegria

e das nuvens, meu destino,

na seda que vos veste,

voltarei a traçar o vosso.

 

Não vos fala da mesma forma

O vosso silêncio?

Chorem um pouco mais,

só com lágrimas o ouvirão,

por entre o tilintar

da chuva de sentimentos,

dizer-vos que basta.

 

Sombras e fantasmas povoavam

a casa do meu silêncio.

Impediam-no de me segredar

e trocavam o sentido das

palavras que por vezes lhe ouvia.

 

Por sinuosas e tortuosas estradas

chorei e caminhei noites sem fim.

Caí por poços de recordações

chorando e ansiando um fundo.

Chorava por alternativas,

mas com lágrimas de desespero,

em veias poluídas de loucura,

arde apenas  sangue envenenado.

Sangue que não liberta.

Sangue que oculta o silêncio

Sangue que sufoca a Alma.

 

Uma noite, depois de um sonho em que as sombras

me escondiam as alternativas, uma  Margarida Branca

acordou ao meu lado e falou-me em nome do silêncio:

 

“Lava o teu coração,

liberta-o da impureza das certezas

chorando com as dúvidas.”


Libertei-me!

E com as lágrimas,

que me queimavam os olhos,

surgiram primeiro suaves sussurros

e por fim palavras.

 

Palavras que serão vossas.

 

“Pssst.... Hoje é o dia de renascer...

Lavem-me com os cristais salgados,

que aproveitam as vossas lágrimas,

para com a recordação, descerem ao Mar.

Quero com eles, chegar ao Mar e renascer.

O Sol erguer-me-á novamente,

subirei nas asas da Alegria

e das nuvens, meu destino,

na seda que vos veste,

voltarei a traçar o vosso.”

 

Escutem o que vos diz o silêncio

É a vossa Alma que vos fala.

 

 

 

 


Portugal

 

Mar território

de universal coração;

coração promontório

de poesia, mar e paixão.

 

 

 


Amar-te

 

Amar-te é simples sorrir

Cor, sabor e sentidos...

Escondidos.

Voar e nadar

Em pétalas,

em seda.

Amar-te é simples sonhar.

 


Noite Comum

 

A noite veste-se de lua,

vagueio escondido,

procuro flores.

No limiar da cidade

pedras empilhadas,

zincos e luzes,

reflexos.

Lixo e terra batida.

Numa imagem sumida

vislumbro homens.

Carregam cruzes.

Homens e mulheres,

na penumbra,

procuram vida.

Vagueio sozinho

na noite agora nua.

Perdido.

Rodeado de vidro,

vidro agora vazio,

choro pela dor

de toda a cidade,

espero alguma luz.

Comigo, a noite

agora crua e nua,

espera também.

Sons. Medos. Sirenes.

Desilusões. Gritos.

Homens, mulheres

e cruzes. Cruzes de zinco.

Lama.

Noite comum.

Tão perto de mim,

tão perto do banal.

Depois do silêncio,

a luz finalmente –

o Sol.

Não vi flores.

Faltam 14 horas

para recomeçar.


Sem Abrigo

 

Caminha

sozinho na noite

fria

o sem amor.

Uma mão

suja de dor

a outra,

de maior sorte,

carregando

a própria morte.

Chega-lhe o sono

e sem receio,

protegido

pelo abandono,

deita o corpo

dorido

no duro passeio.

Tapado por

negras luas

dorme

nas ruas

o sem sonhos,

dorme e sobrevive

apenas

nos entressonhos

da sua declive

inexistência.

Loucura?

Demência?

Não Creio.

É tortura!

É vida perdida

por entre o centeio

da própria vida.


Fingimento

 

Mesmo à distância,

ilumina-me o brilho negro

dos olhos incandescentes

duma princesa dourada.

Choro por eles

e contemplo nas minhas lágrimas

as marcas de beleza na sua face.

Por amor

e por desejo

contemplo,

contemplo mas choro por dentro.

 

Uma linha do meu trabalho,

mil páginas de lágrimas.

Finjo duas páginas de trabalho

enquanto contemplo na minha dor

aquele sorriso de neve

que me completa.

Na saudade

e na recordação

contemplo,

contemplo mas choro por dentro.

 

Continuo,

continuo mas choro por dentro.

Em contínuo acto de infinita mentira

finjo prosseguir

enquanto contemplo apenas.

Contemplo,

contemplo mas choro por dentro.


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