quando eu morrer não quero ninguém triste. costuma dizer-se que só a morte não tem remédio. não concordo totalmente. para quem fica e ama os que partem, mais que ter remédio, a morte pode, muitas vezes, ser um remédio, mas mais que remediar os que ficam têm obrigação de ser felizes. eu sei que é mais fácil falar que praticar e que a ausência física magoa muito, mas pensem: quem vos ama e parte, onde quer que esteja, quererá ver-vos tristes? duvido.
outro motivo para não querer ninguém triste é porque a minha ausência física não o justifica. sejamos práticos: fisicamente só dou trabalho, emocionalmente estarei aqui.
disseste que te incomodava que eu o dissesse, mas sinto-me fraco e incapaz de o controlar, sinto-me como se o mar estivesse num copo e como se a noite me coubesse nas mãos.
obviamente que sinto falta de algumas coisas, mas há que ver o lado bom das coisas: tive mais sorte que muitos: não morri nem perdi a capacidade de amar. há SEMPRE um lado bom.